terça-feira, setembro 23, 2008

DE ACIDENTES E DE SARAU

Gentes, desde que Nina e eu nos mudamos para Itatiba que as pessoas nos chamam de sortudos. Dizem que não mais enfrentamos os problemas do trânsito. Em parte, em parte! Cidade pequena também tem seus acidentes de trânsito. Sexta-feira passada, por exemplo, em um espaço de duas horas, pude presenciar três acidentes de trânsito. Verdade! Mas, diferentemente de São Paulo, aqui as pessoas se entendem e não chamam a polícia. Assim, livrei-me de precisar testemunhar. Aqui, ninguém é estressado.

Vou contar tudo o que aconteceu e, assim, verão que essa história de trânsito tranqüilo, nas pequenas cidades, é mito.


Levei meu carro à oficina para um conserto bem simples. Consertar a maçaneta da porta. Uma coisa que, em São Paulo, levaria uns quinze minutos para arrumar. Em Itatiba, duas horas! É a tranqüilidade do interior! Naturalmente, como não podia voltar a pé para o sítio, e nem ficar olhando para a cara do mecânico, resolvi fazer alguma coisa pendente usando o velho modo de transporte: o andar.

Mal havia saído da oficina uns trinta metros e eis o primeiro acidente. Junto à guia, perpendicularmente à calçada, estava estacionada uma moto. Logo após ela, coisa de metro e meio a dois, estava estacionado um fusquinha. Pois não é que, nessa hora, o motorista do fusca deu a partida e saiu, desviando da moto. Bom, ao menos tentando desviar da moto. O motorista era um velhinho. Sim, porque em Itatiba, existem muitos velhinhos dirigindo fusquinhas. Pois não é que o velhinho, apesar de todo o espaço, conseguiu que a parte direita frontal de seu velho Fusca batesse na roda da moto? Não deu outra: a moto foi ao chão. Bem ao meu lado! Parei e fiquei aguardando para ver o que acontecia. O velhinho recuou seu carro e o parou no mesmo lugar que estivera. Desligou o motor e saiu para ver o estrago. Nesse exato momento, chega... Quem? Exatamente! Acertou quem respondeu “o motoqueiro”. Meio bravo, levantou a moto do chão e procedeu a um minucioso exame, sob os olhares atentos dos provectos; o velhinho e eu. Diferentemente de São Paulo, não juntou o bando de motoqueiros solidários. O estrago? Quebrou o espelhinho retrovisor direito. Como os dois, velhinho e motoqueiro, começaram a confabular sobre o pagamento do espelhinho, a coisa toda perdeu a graça e eu fui embora.


Fui até uma relojoaria pegar meu relógio que fora trocar a pilha e mais uma pequena peça... Vocês lembram quando contei a história de que havia quebrado o pininho que muda horas, dias, e tal? Pois é, só agora mandei consertar. Ritmo de Itatiba! Mas, voltando ao assunto: para trocar a pilha e o tal pininho, gastei a enorme soma de vinte reais e mais uma enorme quantidade de idas à relojoaria para saber se o relógio estava pronto. Nunca estava! Foi quase um mês para consertarem. Ritmo de Itatiba!

Saí da relojoaria, passei no jornaleiro, comprei o jornal, e voltei à oficina.

Pessoal, em Itatiba, não existe gás encanado. O pessoal cozinha com gás de bujão (sinônimo: botijão). Normalmente, o gás acaba bem no meio do preparo da refeição. Aí, toca trocar o botijão (sinônimo: bujão – é verdade! Procurei no dicionário!). É uma chatice. Haja paciência, afinal, sempre sou o convocado para a troca. E toca a ligar para o fornecedor trazer um botijão cheio (de gás, naturalmente. Não de paciência!). Mas, isto é uma introdução ao segundo acidente por mim presenciado.


Circulando quase totalmente à direita, devagar, uma moto com um pequeno reboque metálico preparado para transportar dois bo... Ta! Dois cilindros de gás. Mas, a moto estava vazia. Vazia, não! Estava com o motoqueiro que a dirigia, como já disse, devagar. E distraído. Mas, sem nenhum bujão. Pois não é que, atrás da moto, aparece uma van, em velocidade pouco maior que a da moto, mas, também, com motorista distraído? Não deu outra! A van deu uma chacoalhada na traseira do reboque da moto. Não aconteceu nada, além do susto do motoqueiro que se pôs a esbravejar com o motorista. Gentes, mais uma vez eu parei e fiquei presenciando. Juro que tive muita vontade de rir. Mas, não ri. Como não juntou nenhuma horda de motoqueiros e os dois trataram logo de ir cuidar de seus afazeres, pois deviam ter coisa melhor para fazer, eu tratei de voltar a andar. Pessoal, falando, parece que foi um tempão. Porém, foram apenas uns rápidos segundos, se tanto. Mas, assim que eu recomecei a andar, em sentido contrário, mas muito próxima de mim, vinha uma senhora que também presenciara tudo. E, pelo jeito, ela também teve vontade de rir e não riu. Mas quando passei por ela, uma fração de segundo depois, um olhou nos olhos do outro e, aí, não deu mais. No meio da rua, nós dois caímos na gargalhada. Só Itatiba, mesmo, para provocar uma reação dessas.

Fui para a oficina, cacei uma cadeira, e fiquei lendo meu jornal até o carro ficar pronto.

Agora, motorizado, fui tratar de outro assunto, do outro lado da cidade. Estacionei o carro e, a pé, fui tratar de assunto na Santa Casa. Nada sério, nada relativo à saúde. Apenas resolver uma dúvida. Ninguém precisa se preocupar. Saí da Santa Casa e fui em direção ao meu carro. Ainda estava passando pela calçada em frente ao Asilo de Velhinhos quando vi uma charrete que vinha da direção oposta, num trote bem firme. Sim, em Itatiba ainda existem charretes.Quem dirigia a charrete era uma senhora de idade. Ao lado dela, a co-pilota, uma outra senhora, magrinha, com um chapéu de vaqueiro e par de óculos tão escuros que eu duvido que ela estivesse vendo alguma coisa. Enfim, uma visão de chamar a atenção de todos.

Pois não é que quando a charrete já estava bastante próxima, um carro, grande e velho, um Opala, bem nos moldes de Itatiba, resolve dar a partida e sair para o meio da rua? Gentes! Já vi motorista bom de direção e com reflexos rápidos, verdadeiro “piloto”, mas aquela charreteira também era “piloto”. Ela deu um puxão nas rédeas para o lado esquerdo e o cavalo, literalmente, no meio do seu trote apressado, pulou para a esquerda e conseguiu livrar a charrete do automóvel. Bem, este não foi propriamente um acidente. Foi um quase-acidente. Agora, quanto ao velhinho do Opala, já tinha feito mesmo a besteira, caiu no mundo e se mandou. Mas, não sem ouvir o palavreado da velhinha magra com chapéu de vaqueiro e óculos totalmente negros que, percebi, fazia as vezes de buzina da charrete. Gentes, como a mulher conhecia palavrão! Eu até fiquei prestando atenção para ver se aprendia algum novo. Só que, neste item, ela só conhecia os velhos, de acordo com a idade dela. Não aprendi nenhum palavrão novo. Mas, o que mais me chamou a atenção foi o pulmão dela. Que pulmão! Ela podia ter um repertório antigo para palavrões, mas o pulmão... Garanto que não foram só os velhinhos do Asilo e os pacientes da Santa Casa que ouviram. Itatiba inteira ouviu.os xingamentos.

SARAU NO ALTO DA LAPA

Sábado passado, depois de quase um ano, o “Família Jacaré” voltou a apresentar-se em público, no Alto da Lapa, em São Paulo-SP, em um sarau. Também se apresentaram uma cantora lírica e um grupo de rock, além de uma apresentação de dança moderna, e de apresentação de uma técnica recém importada do Japão de uma massagem contra dores. O sarau foi encerrado com a apresentação de poesias de autoria de três poetas presentes, inclusive a blogueira Luna Guedes, uma das organizadoras do sarau. Depois, foi oferecido um coquetel às pessoas presentes. As fotos que ilustram esta postagem são do evento. Naturalmente, nós (Nina, JF, Lu, Vagner, Juliana e Vanessa) somos os de camiseta branca com a inscrição “Família Jacaré”. Por que a platéia ri? Bom, são as nossas músicas “interpretadas”. O ápice (palavrinha rara) é quando eu “estrangulo” a Nina. Mas vocês só saberão mesmo vendo uma apresentação nossa. Aliás, estamos aceitando convites para nos apresentarmos. Nós podemos animar festas de aniversário, de formatura, casamentos, comícios, velórios, enterros... Enfim, animamos qualquer ajuntamento de pessoas. Menos pátio de cadeia!

BLOG ORQUIDÁRIO TERRA DO SOL

Combinei com minha amiga Vera Coelho que, todos os meses, o seu blog publicará um “causo” sobre orquidófilos escrito por mim. Já foi publicado o primeiro “causo”, onde conto as peripécias de um amigo para que suas orquídeas se beneficiassem de um pouco de sol. O blog está muito interessante, com muitas fotos e muitas “dicas” de cultivo para aqueles que possuem uma ou mais plantas e querem saber como cuidar, mesmo que não se considerem verdadeiros orquidófilos possuidores de centenas ou milhares de plantas. Muito interessante. Vale a pena conferir. O endereço? Ah, sim! É http://orquidarioterradaluz.blogspot.com/



É isso, pessoal.

Um abração a todos.

sábado, setembro 13, 2008

EM TEMPOS DE LEI SECA, FALEMOS DE VINHO

Há cinco anos, estando em Poços de Caldas-MG, fiz um passeio até Andradas-MG, município vizinho grande produtor de vinhos. Existem desde as grandes vinícolas até os pequenos produtores de um vinho praticamente artesanal.

Numa dessas pequenas adegas, o próprio dono atendia os eventuais clientes (que não deveriam ser assim tão poucos, levando em conta o aspecto dele) atrás de um pequeno balcão de madeira.


O velho produtor, italiano, que recebeu a mim e à Nina com muita simpatia, logo começou a discorrer sobre a grande quantidade de tipos diferentes de vinho que ele produzia. E, à medida em que ia falando, já puxava uma garrafa do vinho “do momento” para que a Nina e eu provássemos. A Nina, muito viva e percebendo que iria experimentar todos os tipos de vinho existentes na adega do italiano, já no segundo tipo de vinho tratou de “puxar o carro” e não quis mais. Como eu não sou tão ruim de beber, e nem havia, naquela época, a tal de “lei seca”, fui em frente. Assim, a cada novo tipo de vinho, o italiano servia as doses em dois copos. Um para mim e outro para ele. Sim! Além de falar bem de seus vinhos, ele gostava muito deles e fazia questão de provar juntamente com o possível freguês.


Eu, até que saí bem de lá e fiz uma viagem bem tranqüila de volta a Poços de Caldas. Mas, imaginem o italiano demonstrando todos os tipos diferentes de seus vinhos a todo cidadão que entrasse em seu estabelecimento e bebendo junto. Quando eu passei por lá, no meio de uma tarde de sábado, ele já estava completamente “de fogo”. Agora, tentem entender qual a situação com gente passando por lá todos os dias, anos a fio. Certamente seriam enormes porres diários! O italiano, aliás, tinha as faces mais avermelhadas que... que... Não! Pimentão não é o exemplo certo! Era mais vermelho que pimenta, mesmo. Pois o que aquele vinho todo já devia ter queimado de garganta, esôfago, estômago... E todo o resto.


Agora, final de agosto, a Nina e eu fomos a Poços de Caldas, por ocasião de mais exposição nacional de orquídeas, naquela cidade. No sábado à tarde, a Nina sugeriu: “Vamos até Andradas comprar vinho?”

“Não”, respondi. “Nesta altura, o italiano já deve ter falecido de cirrose, se é que ele ainda tinha fígado há cinco anos atrás.


Essas histórias nos divertem e ficam guardadas dentro de alguma caixinha, dentro do cérebro. São momentos curiosos que, às vezes, acabamos relembrando e servem para darmos boas risadas.


Mas, por falar em vinho, deixem-me contar outra história.

Como vocês sabem, a cidade de São Roque-SP também produz muito vinho. Tanto em grandes vinícolas como em estabelecimentos de pequenos vinicultores com seus vinhos praticamente artesanais. É um lazer bastante interessante visitar as vinícolas de São Roque. Existem muitos tipos diferentes de vinhos muito bons.


O pai de meu amigo Cássio (o sobrenome prefiro não dizer), certa vez, não tendo o que fazer em uma tarde de sábado, foi até São Roque, cidade distante uma hora da capital.


Lá chegando, começou o passeio pelas pequenas adegas, bem mais interessantes que os grandes produtores industriais.

E, a cada vinicultor visitado, mais garrafas de vinho iam ocupando o espaço do porta-malas de seu carro. Finalmente, entrou em uma última adega, antes de retornar a São Paulo. Comprou mais uma porção de garrafas e saiu.

Surpresa! Enquanto estava dentro do estabelecimento, seu carro foi furtado. A indignação tomou conta dele e a frase que soltou demonstrava toda a sua ira:

“ Meu viiiinhooooo!!!”

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MAIS UM BLOGUE INTERESSANTE

A Vera, uma amiga muito querida lá de Fortaleza-CE, está com um blogue muito interessante, o “Orquidário Terra da Luz” – http://orquidarioterradaluz.blogspot.com

É uma blogue específico sobre orquídeas e tudo que diga respeito a elas, como cultivo, exposições, novidades, etc. A última postagem, com o título sugestivo “Cultivando Amizades”, fala um pouco das amizades criadas com os orquidófilos – via Internet – e da materialização dessas amizades. No ano passado, em novembro, a convite da ACEO, a Associação dos Orquidófilos Cearenses, por sugestão da Vera, a Nina e eu estivemos em Fortaleza, onde fui participar do julgamento das plantas, na exposição ali realizada e fui fazer uma palestra (com direito a reportagem da TV Verdes Mares. Uauuuu!!!!). Tem até uma foto da Nina, mais eu!, entre as fotos que ilustram a postagem.

A Vera, inclusive, já me convocou para publicar, ali, “causos” que costumo contar a respeito do tema “orquidofilia”, com a qual convivo há 37 anos. Pretendo enviar um “causo” a cada mês. Tem cada história!!

Vera! Desejo muito sucesso com o novo blogue, assim como já vem ocorrendo com o blogue “Amo Adenium” – http://amoadenium.blogspot.com

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EXPOSIÇÃO NACIONAL DE ORQUÍDEAS DE POÇOS DE CALDAS-MG


Pessoal, no final de agosto a Nina e eu estivemos na exposição de Poços de Caldas, onde levamos, para expor, uma parte das plantas disponíveis dos associados da CAO-ViVa, o Clube Amigos da Orquídea, de Vinhedo. Falei em “parte” porque tivemos de dividir as plantas. A outra parte foi para Várzea Paulista-SP, onde se realizava outra exposição de orquídeas, no mesmo final de semana. As fotos que ilustram esta postagem são de algumas plantas premiadas expostas e de encontros com os amigos orquidófilos.


As fotos, de cima para baixo:


1 - O "pódium" com as melhores plantas da exposição;

2 - Dendrobium kingeanum, planta asiática premiada como "Melhor Planta da Exposição",

3 - Dendrobium flindeyanum, outra planta asiática, também premiada,

4 e 5 - Com amigos queridos, todos participantes da lista de discussão de internet "Orquídeas-Mundo Orquidófilo", maior lista de discussão de orquídeas em língua portuguesa e segunda em língua latina, no mundo, já chegando aos 2.000 associados, da qual sou moderador (modesto!!).

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TEM JACARÉ NO AR!


Pois é, pessoal, com a nossa mudança para Itatiba-SP, o “Família Jacaré” emudeceu. Mas, foi provisório. Já voltamos aos ensaios e, no próximo sábado, em um sarau no Alto da Lapa, em São Paulo-SP, o “Família Jacaré” volta a cantar em público. Depois conto para vocês como foi.

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É isso aí, pessoal.

Abração a todos e até à próxima.