sexta-feira, dezembro 31, 2010

PÓ DE GIZ

Àqueles que disseram, na blogagem anterior, que não gostariam de terem sido meus alunos, devo informar que, modéstia à parte, eu era um professor muito querido por eles. Mesmo bem depois de ter encerrado meu período de magistério, várias vezes recebi manifestações de carinho de antigos alunos. Mas, não era disso que eu queria falar e deixo isso para outra ocasião. Queria mesmo contar outra historinha.

Em uma das escolas onde lecionei, havia um curso pós segundo grau, sem ser nível universitário, onde eu dava aulas em um curso de secretárias trilíngues (português, alemão, inglês). Sempre fui muito paciente, mas, certa ocasião, nem lembro mais o porquê, as meninas me tiraram do sério e eu explodi. Foi uma bronca daquelas de ninguém botar defeito. O silêncio da classe era tão grande que seria possível ouvir um mosquito respirar. No auge da bronca, para dar maior ênfase, resolvi dar uma tremenda pancada na mesa. Lógico que não foi com a mão que eu não era besta! Eu tinha uma caixa de giz enorme, cuja tampa era o apagador. Era uma caixa bem grande, onde eu tinha um monte de giz branco, e mais giz de diversas cores, já que eu usava demais o quadro-negro.

Bom, quando dei a pancada com a caixa de giz na mesa, ela explodiu com estrondo. A caixa, não a mesa! Foi giz voando pela classe toda, acertando nas alunas, caindo pelo chão, deixando minha mesa com uma grossa camada de pó branco.

Nessa altura, a ira se transformou em espanto e o espanto em vontade de dar risada. Cair na gargalhada, mesmo! Porém, um sorrisinho que fosse e minha autoridade perante a classe iria para o brejo. As alunas, por sua vez, continuavam absolutamente em silêncio, uma ou outra até um tanto suja de giz, ou com pedaços de giz sobre seus cadernos e livros. Mas, o leve tremor dos cantos de suas bocas e olhos as denunciavam. Estavam doidas para cair na gargalhada, mas quem era suficientemente doida de rir do professor, numa situação dessas?

E foi assim que, sem nenhum sorrisinho que fosse, embora professor e alunas quisessem todos cair na gargalhada, terminou a bronca e a aula continuou normalmente.

Aquela turma se formou – curso de dois anos – e nunca o assunto foi comentado. Passados muitos anos, certa vez encontrei uma das meninas, agora já casada, com filhos, e recordamos a história. Agora, sim! A aluna sem medo do professor, o professor sem medo de perder a autoridade perante a classe, os dois rimos muito da comicidade ridícula daquele momento.
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Pessoal,

Não deixem de ler as aventuras de meu cão beagle, caçador de coelhos, no blogue dele, o http://www.edbeagle.blogspot.com/  Como voces já devem saber, o Ed Wood (o cão) vai ditando as aventuras e eu vou digitando.

Abração e um feliz 2011 para todos.
JF

segunda-feira, dezembro 20, 2010

HOMENAGEM AO PROFESSOR - E FELIZ NATAL!

Na última postagem, contei que, por vinte e dois anos, fui professor de cursos técnicos. Muita historinha restou para ser contada. AÍ vai uma.


Eu dava aulas à noite em uma escola em Santana, do outro lado da cidade. Era um sufoco ir até lá após o trabalho, enfrentando um trânsito horrível. Nas chamadas “pontes”, aqueles dias entre feriados e finais de semana, os alunos, muitas vezes, cabulavam as aulas. E aí o diretor dispensava o professor, que ia para casa mais cedo.

Pois bem, uma ocasião, dia “ponte”, fui para a escola certo de que iria mais cedo para casa, já esperando pela cabulação geral. Pois não é que, surpreendentemente, quando entro na classe, encontro três alunos? Quarenta e dois faltaram!

Aí veio a explicação:

“Professor, nós viemos à aula porque achamos que a ausência coletiva é falta de respeito com o senhor.”

Pode uma coisa dessas? A “consciência” desses alunos me deixou deveras “comovido”. Assim, ainda “emocionado”, respondi:

“Fico muito agradecido a vocês. Mas, como não há condições de dar matéria nova, pois isso iria atrapalhar o andamento das aulas, e nem de ficarmos uns olhando para a cara dos outros sem fazer nada, vamos de “prova surpresa”.

E lasquei uma provinha, daquelas de aluno nenhum conseguir acertar. E assim cumprimos com o horário das aulas, ocupados até às onze da noite.

O interessante é que, depois disso, nunca mais os alunos me prestaram esse tipo de homenagem. Estranho!

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CÃO NO LAGO
 
Gentes, meu cão beagle, o Ed, postou uma blogagemem linguagem canina, embora ele tenha um secretário-digitador, contando de suas experiência de cair dento do lago e não saber como sair. Não deixem de ler. O endereço http://edbeagle.blogspot.com/
 
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FELIZ NATAL
 
Quero desejar a todos um feliz Natal, repleto de boas surpresas, na companhia das pessoas queridas.
 




Como em matéria de desenho eu mal sei desenhar o "zero", os artistas desenhistas da família são minha filha Lu Farias - http://eeepa.blogspot.com/  e  http://lucianadesenhista.blogspot.com/ - e o meu genro Vagner, tomo a liberdade de copiar e enviar a todos o bonito cartão de Natal feito pela minha amiga internauta, a Luma Rosa, publicado no seu blog  http://luzdeluma.blogspot.com/  O que está expresso no cartão da Luma eu desejo a todos. E, dando continuidade ao movimento no qual ela entrou, enviem um cartão de Natal aos seus amigos blogueiros.
 
Aliás, convido todos para conhecerem o blog "Luz de Luma, Yes Party!". Um blog muito bem cuidado e feito com muita sensibilidade. O link está aí ao lado, na relação dos blogs amigos, mas, se tiverem dificuldade de encontrar, repito o endereço:  http://luzdeluma.blogspot.com/
 
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Abração a todos e até breve.
JF
 

segunda-feira, setembro 06, 2010

JUVENTUDE TRANSVIADA

Fui professor durante 22 anos em cursos técnicos, nível de segundo grau.
O ensino mudou e os cursos técnicos de contabilidade desapareceram. Segundo grau, o antigo colegial, nem sei mais como se chama.
Feriados no meio da semana eram terríveis. Eu tinha que ir à escola, do outro lado da cidade, depois de um dia inteiro no escritório, mesmo sabendo que os alunos não compareceriam. Chegava lá, o diretor, pesaroso, me comunicava que os alunos haviam “enforcado” as aulas e, portanto, ele lamentava que eu tivesse perdido meu tempo e a viagem para nada. Pedia desculpas e... me dispensava.
Certa vez, por qualquer razão que não lembro mais, fui para a escola sem o carro, de metrô. Chegando lá, o diretor me dispensou, já que os alunos não haviam comparecido. Mais uma vez, embarquei no metrô, lá em Santana, com destino ao Centro. Porém, era uma quarta feira, véspera de feriado, e resolvi aproveitar e fazer um “programa” diferente: fui rever os amigos na reunião semanal do Círculo Paulista de Orquidófilos, associação que eu frequentara por bastante tempo e da qual me afastei quando comecei com as aulas noturnas.
No final da reunião, quase onze da noite, um desses amigos, o Augusto ..., se prontificou a me levar até minha casa. E lá fomos nós.
Nessa época, a Avenida Brigadeiro Luis Antonio ainda “dava mão” para os automóveis, no sentido Centro/bairros. O Augusto, grande amigo, hoje já na casa dos oitenta anos mas muito bem de saúde, graças a Deus, gostava muito de falar. E sua fala entusiasmada era acompanhada de muita movimentação dos braços. E lá fomos nós, subindo a Brigadeiro, o Augusto falando, e falando, e falando, os braços parecendo hélices de avião, mal controlando a direção do carro, mas com o entusiasmo a mil. Fomos chegando ao cruzamento da Rua São Carlos do Pinhal, e meu amigo Augusto falando, e falando, e gesticulando. A Avenida Paulista já bem próxima, eu de olho lá na frente, no semáforo que já entrava para o amarelo. Será que ele percebeu? Eu torcia pelo sim, mas não tinha certeza e nem como interromper sua fala. Estava tão entusiasmado que não me ouviria. As luzes se transformaram em vermelho. Vermelho cor de sangue! E o Augusto falando. E gesticulando! E o cruzamento se aproximando! O vermelhão do semáforo cada vez mais perto! E o carro sem diminuir a velocidade! E o Augusto falando! Mas, ainda dava tempo para uma boa freada... que não veio. Eu só tive tempo de me afundar no meu banco, com os olhos mais fechados que cofre de banco. Não vi mais nada. Apenas ouvia o Augusto que falava, que falava, que falava... sem parar. O tempo foi passando, não sei se muito rápido ou se lentamente, mas houve tempo para que minha vida inteira passasse pela minha mente... E o Augusto continuava falando, e falando...
Resolvi dar uma checada. Levantei um pouco a cabeça, abri só um olho, e espiei para fora. Já estávamos cruzando a Alameda Santos, um quarteirão depois do cruzamento da Brigadeiro com a Paulista. Respirei aliviado e me endireitei no banco. E fiquei ouvindo o Augusto falar até minha casa. Falar e gesticular.
Hoje, já posso contar para minhas netas:
“Pois é! O vovô era muito doido! Quando mais jovem, fazia “roleta russa” na Avenida Paulista.”
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Abração e até mais,
JF

domingo, agosto 08, 2010

SAGUI ALBINO

Pois é, pessoal! Já falei bastante, aqui no blog, dos animais que por aqui aparecem. Ficar a observá-los é algo muito gratificante.
Só para falar em sagüis, minha amiga Apolonia Grade, bióloga de Alta Floresta/MT, verificou a existência de três espécies diferentes. Recentemente, entretanto, pudemos observar um fenômeno bem interessante.
Era de tarde e estávamos com uns amigos ao lado da casa observando, nas árvores, a movimentação de um grupo grande desses animaizinhos, quando caiu de uma palmeira, praticamente junto a nós, um bichinho todo branco. Minha impressão inicial foi a de um gatinho. Pois, para espanto de todos, o animal se refez do susto e subiu pelo tronco da palmeira. Era um sagüi inteiramente branco. Ou: um sagüi albino. Depois disso, os caseiros confirmaram que já o haviam visto e, também, levando tombos das árvores.
Tal como acontece entre pessoas albinas, o saguizinho tem dificuldades na visão. Por isso erra o cálculo das distâncias e acaba caindo.
Hoje pela manhã, estava em meu escritório e vi movimentação em uma pequena árvore em frente à janela. Prestando mais atenção, vi que era um grupo de sagüis e, no meio deles, lá estava o albino. Como a máquina fotográfica agora fica bem à mão, já sai correndo e, para minha felicidade, consegui fotografá-lo.
Vejam que lindo, em pose especial para os leitores do blogdojf.

CUIDADO! UM CHAFARIZ  PODE ESTAR NO CAMINHO!
A todos vocês que dirigem, aqui vai um alerta: prestem muita atenção ao darem uma marcha à ré. Um chafariz desavisado pode estar passando por trás de seu carro exatamente nesse momento.
Deixo de colocar a foto da cara da motorista, apesar de muito engraçada, porque ela é capaz de me matar. De raiva! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
O pior de tudo foi a explicação que ela deu para o marido, coincidentemente meu cunhado:
“Você não ouviu o estrondo, durante a chuva? Foi um raio que caiu na fonte!”
No início, até que ele acreditou. Mas, a oposição (genros e as filhas, inclusive a filha fotógrafa) acabou contando tudinho para ele, só para ver o que acontecia. Resultado:  a marcha à ré para dentro do chafariz serve de gozação até agora. hehehehehehehehehehehe
Os peixes? Logicamente foram transferidos para o lago. Vocês pensam que é mole estar nadando e, de repente, receberem um automóvel pelo meio da testa?


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DIA DOS PAIS

Gentes,

Não sou muito ligado a essas datas. O consumismo e o comércio é que são os mais entusiasmados com elas. Mas, essas datas são importantes quando recebemos manifestações de carinho de nossos filhos, muito mais importantes que presentes puramente materiais. Tenho dois filhos maravilhosos. A Luciana - http://eeepa.blogspot.com/ - hoje, na lista de discussão NESO, postou a mensagem seguinte:

"Início da década de 70. Local: um certo sítio em Itatiba, lugar que ainda passaria por muuuuuuuitas reformas. Contam que na época era um perigo ficar perto de tomadas, torneiras, janelas, quando havia uma tempestade. Que era completamente assustador. Eu não me lembro disso. É claro, eu recordo do escuro, mesmo durante o dia. De ficarmos todos meio quietos dentro da casa. Mas, para mim, criança de seus dois, três anos de idade, na época, esses momentos de tempestade eram os momentos de aconchego, onde ficava no colo do meu pai, que contava uma história até a tempestade passar. Vocês conhecem o JF contador de "causos". Eu me lembro do JF contador de contos de fadas, capaz de esticar uma estória por mais de uma hora. A minha preferida era a dos três porquinhos, onde o lobo soprava e bufava, soprava e bufava até ficar roxo e, quando finalmente soprava, voava casa, voava telha, voava torneira, voava penico (eu adorava essa parte). Por isso que um momento que até hoje para os adultos é lembrado como momentos de apreensão, pra mim traz uma das recordações mais doces da minha vida.

Papai e eu somos parecidíssimos em temperamento, e acho que por isso mesmo muitas vezes, quando estamos juntos, nem precisamos nos falar para sabermos o que se passa na cabeça do outro. É um amor tão grande que é até difícil de verbalizar. Eu confesso que sou uma pessoa não muito verbal. Para mim, é mais fácil colocar o que penso em forma de escrita do que falando. E, por isso mesmo, como desta vez estou passando o Dia dos Pais longe do meu, queria aproveitar para contar para vocês o que sinto por ele. Pelo meu pai brincalhão. Amigo pra toda hora. Esse homem bom que todos vocês conhecem. E que sempre, mas sempre mesmo, me encheu de orgulho. Porque a minha felicidade maior é poder dizer que sou filha dele.

Paiê, te amo demais! Nunca se esqueça disso!!!!!

Feliz Dia dos Pais, muitos beijos e abraços para você!!!!

Lu"

Pessoal, essa me fez chorar! Obrigado, filha!
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Abração a todos e até à próxima,
JF

terça-feira, abril 13, 2010

FURTO DE CABOS TELEFÔNICOS

Meus amigos, desculpem-me! Hoje, não contarei nenhuma historinha engraçada. Hoje, ninguém poderá rir de lagartixas, do meu cachorro Ed, da Cinderela paulistana. Hoje, falarei de um drama aqui da minha região. Em postagem próxima, prometo que retorno com novas crônicas.

FURTO DE CABOS TELEFÔNICOS

Hoje, amanhecemos com os telefones do sítio totalmente mudos. A diferença é que, desta vez, não foram os raios e nem algum caminhão que trombou com algum poste, aqui na estrada. Simplesmente, os cabos telefônicos foram furtados. Agora à tarde, precisando ir até à cidade, vi, na estrada, diversos carros da empresa de telefonia providenciando a recolocação de cabos e a conseqüente religação das linhas. O engraçado, se é que se pode achar graça, é que os cabos são cortados por setores. Tiram uns 50 metros, vão mais para a frente, tiram mais uns 50 metros, e por aí vão. Ou seja: o cabo precisa ser recolocado em vários lugares. Obviamente, isso ocorre de madrugada, quando o movimento da estrada vicinal é praticamente inexistente e ninguém percebe o delito sendo cometido. Ou, se percebem, devem pensar que os carinhas pendurados em altas escadas junto aos postes são pessoas do serviço de manutenção.


Esse tipo de delito está muito comum nas regiões rurais e, por incrível que pareça, também dentro das grandes cidades. Não apenas cabos telefônicos, mas, também, cabos de eletricidade.

Sei que não deve ser fácil apurar e prender os responsáveis. Porém, acho que as autoridades deveriam se empenhar mais. E não apenas procurar o sujeitinho que se arrisca a tomar um choque elétrico, a cair do alto de uma escada, para tirar aqueles quilos de cobre. Deveriam procurar a fundo os receptadores, estes sim os grandes incentivadores do crime. No dia em que acabarem os receptadores, não haverá mais o interesse no furto de fios. Será que estou falando besteira? Será que só eu pensei nisso? Será que não seria possível chegar nesses sucateiros de metais e pesquisar a origem das sucatas de metais ali estocadas? É tão fácil! Bastaria colocar a fiscalização da Secretaria da Fazenda estadual, em conjunto com a polícia, em campo. Tem nota fiscal de compra ou, no caso de aquisição de particulares, nota fiscal de entrada com todos os dados verdadeiros (nome, endereço, CPF) do vendedor? Ótimo! Se livrou de suspeitas. Não tem a documentação de origem? Vai ter que se explicar!

E isso não apenas em relação aos receptadores de fios. Por que existem tantos furtos de cargas de caminhões? Hoje em dia, chegam a invadir transportadoras e levam vários caminhões de mercadorias de uma só vez. Onde vão parar essas mercadorias roubadas? Lógico! Nas mãos dos receptadores que, por sua vez, negociam tudo isso com terceiros.

O mesmo ocorre em relação a uma porcentagem grande de automóveis. Furtados, ou roubados, vão para “desmanches”. Posteriormente, as peças são comercializadas a preços bem baratos, diretamente aos consumidores.

Portanto, que se achem, se processem, se prendam, os receptadores de mercadorias roubadas. No dia em que eles saírem do circuito, não mais ocorrerão furtos de fios, de automóveis, de cargas de caminhões, de residências, etc. Ou será que existem outros interesses que impedem a chegada até eles? Eu só queria entender!!!...

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Para quem ainda não leu, recomendo a leitura da mensagem anterior.

Abração,
JF

sábado, abril 03, 2010

VOCÊ JÁ HIGIENIZOU OS TÚBULOS, HOJE?


Gentes. Vocês já sabem que sou o possuidor de um cão da raça beagle, não sabem? Pois é! Além de ser o cão mais irreverente, mais independente, mais comilão, mais desobediente, mais dorminhoco que existe, ele é metido a escrever blog. Pode uma coisa dessas? Só que, como ele só tem quatro dedinhos em cada uma de suas patinhas, não consegue digitar e nomeou um secretário. Ele dita e o secretário digita. E quem é o secretário? Eu, lógico! E se me recuso a escrever, ele fica latindo até eu não agüentar mais. Dono de beagle sofre!! E agora, então, que está com blog de cara nova, ficou impossível. Deem uma olhada lá: http://edbeagle.blogspot.com/

O último texto dele eu me recusei a colocar na blogosfera. Onde já se viu cachorro metido a entendedor de marketing? Mas, as observações dele estavam tão interessantes que resolvi postar aqui no Blog do JF. Em compensação, ele me ditou uma outra postagem, mais de acordo para um blog canino, sobre os animais que são vistos aqui no sítio e na região. Está bem interessante. Mas, vamos à postagem que me foi ditada por ele.

VOCÊ JÁ HIGIENIZOU SEUS TÚBULOS, HOJE?

Os humanos possuem umas técnicas de marketing engraçadas.

Pedi ao pai JF que me trouxesse uma caixa de bombons. Naturalmente, como sempre, recebi uma resposta deselegante “cachorro não come essas coisas!”

Mas, depois, ele veio comentar comigo: “Pois é! Fui dar uma olhada no supermercado e os preços, de acordo com a marca, variavam entre R$2,99 e R$6,99.Lógico que me interessei pela de menor preço. Só que, como não acredito muito em milagres feitos por supermercados, verifiquei os pesos. Todas as marcas traziam na embalagem: 400 gramas. Exceto a marca Arcor, a baratésima, que pesava 200 gramas. Ou seja: só a metade dos chocolates.” No fundo, basicamente no mesmo preço das demais. Só que poderiam usar uma caixa correspondente à metade do tamanho das outras marcas. Mas, usam uma caixa do mesmo tamanho das outras. Se o chocólatra não é cuidadoso, acha que está tirando uma imensa vantagem e não é nada disso. Apenas compra uma caixa grande, como as demais, com a metade dos chocolates. O engraçado é que a empresa não pode ser acusada de estar enganando ninguém. Ela não tem culpa se as pessoas não costumam ler as embalagens para verificar detalhes de pesos e quantidades. É só uma estratégia de marketing. Induzir o comprador a levar o produto que parece ser o mais vantajoso. Esses humanos! Inventam cada uma!

Mas, dia desses, estava vendo TV e vi um comercial de creme dental diferente. Imaginem só: ele tapa todos os túbulos. Túbulos? O que é isso? Evidentemente, quando não sei alguma coisa, pergunto ao meu pai JF. E, assim foi: “Que são os túbulos?”

Quando ele sabe, procura logo demonstrar conhecimento, o vaidosão. Mas, quando não sabe, o deselegantão vem com grosseria:

“Cala essa boca! Cachorro não fala!”

Só que, depois, eu o vi digitar lá no Google: “túbulo”. Bem, São Google também não soube responder. Não havia nenhuma referência a esse termo. Ora, como é que pode existir um produto que promete tapar algo que não existe?

Pouco depois, outro comercial, de outra marca de creme dental, falava em tapamento dos canalículos. Ahhh!!! Agora ficou claro, pois os canalículos são micro canais nos dentes. Aqueles que, lesionados, fazem as pessoas sentirem arrepios quando tomam líquidos gelados. Assim, esses cremes dentais atuam no fechamento desses canalículos e as pessoas não sentem desconforto ao tomarem água gelada, por exemplo. Foi aí que entendi a história dos túbulos. Uma marca já falava em canalículos. A outra não iria falar a mesma coisa. Então, estratégia de marketing, criaram o termo túbulos. Túbulos e canalículos são a mesma coisa. KKKKKKK! Esses humanos! Todos doidos! Ainda bem que cão beagle só toma água à temperatura ambiente e não sente esse tipo de problema. Mas, se pai JF me deixasse experimentar uma cervejinha gelada, talvez eu entendesse melhor essa história dos túbulos. Ou, pelo menos, dos canalículos.


11ª EXPOSIÇÃO NACIONAL DE ORQUÍDEAS – VINHEDO/SP

Gentes, não se esqueçam de irem ver a exposição de orquídeas de Vinhedo, nos dias 17 e 18 de abril, no Parque Municipal, bem na entrada da cidade (para quem vem pela Via Anhanguera). Estarei lá o tempo todo.

Viram como ficou bonito o cartaz da exposição? A foto, tirada pelo orquidófilo Carlos Keller, do Rio de Janeiro, é de uma Cattleya eldorado, variedade fantasia, de sua coleção. Planta cuja espécie tem sua origem na região amazônica, o presente exemplar, produzido em laboratório, não veio da mata, pois orquidófilo responsável é consciente e não coleta plantas em seus habitats. Além de preservar as plantas em seus ambientes originais, a produção de orquídeas em laboratórios resulta em plantas de melhores formas, além de serem plantas isentas de pragas. E os preços são acessíveis.

É isso aí, pessoal. Abração e até a próxima.
JF

sexta-feira, março 19, 2010

É MUITA SABEDORIA!

Às vezes, me surpreendo pensando: “Como a natureza é sábia!”

Querem alguns exemplos? Vamos lá.


1º exemplo:

Tenho observado, aqui na minha região, um aumento muito grande de animais silvestres. Aqui no sítio, macacos de diversas espécies: bugios, macacos prego, um macaco avermelhado que não sei o nome, diversas espécies de sagüis, caxinguelês (esquilos), lebres, gambás, ouriços, etc., e aves as mais diversas, inclusive aquáticas, no lago.

Obviamente, a bicharada toda se alimenta. Com isso, macacos e outros atacam as frutas, as garças comem os peixinhos do lago, as lebres atacam a plantação de feijão que o caseiro ainda insiste fazer, as capivaras atacam o milharal, e, quando não se planta milho, elas comem as bananeiras. Os passarinhos, inclusive os jacus, comem frutas. Quando não têm frutas no pomar, os sagüis atacam os ninhos de passarinhos... E assim vai. O aumento da bicharada, sem os predadores, é prejuízo certo para as plantações. Sem predadores? Não! A mãe natureza se encarrega de trazê-los de volta. Tenho observado, com certa freqüência, a presença de gaviões de grande porte, que antes não existiam por aqui, predadores de pequenos animais. Se não bastasse isso, nestes últimos meses, já foram capturadas, pela região, conforme relatado pela imprensa, três suçuaranas (onça parda). Uma delas, acuada no canteiro central da Via Anhanguera, provocou um congestionamento monstro de 10 quilômetros, até ser capturada. E quem é que não iria querer ver um bichano lindão daqueles? As três onças, depois de passarem por cuidados veterinários, foram soltas nas matas da Serra do Japi (Jundiaí). Estas já são predadoras de animais de maior porte, como os macacos. É o equilíbrio ecológico das espécies se restabelecendo.

Não tenho razão, quando penso “Como a natureza é sábia”?


2º exemplo:

Vejam as pessoas carecas. Como dizia um antigo comercial de um produto miraculoso qualquer contra a queda de cabelos, primeiro são uns fios que aparecem no pente. Depois, a queda vai se acentuando, se acentuando... Pronto! Foi-se o cabelo!

O nome do produto não lembro mais. Só lembro que era anunciado na televisão, na época em que o Manoel de Nóbrega, da "Praça da Alegria", pai do Carlos Alberto, do "A Praça é Nossa", ainda tinha cabelos. Mas, o Super Marco, meu amigo do blog “Antigas Ternuras” (link aí na relação de Blogs Amigos), bem que poderia fazer essa pesquisa pra gente. Só para mostrar que existia, sim, o produto e que não é imaginação minha.

Muitas pessoas, nem todas, se preocupam muito com isso. Tentam implantes, tentam usar perucas, há os que passam graxa de sapato marrom na cabeça, e mesmo graxa amarela para parecerem loiros, e assim por diante. Tudo bobagem! Essas pessoas deveriam lembrar-se daquele célebre ditado que diz: “Não se deve chorar sobre o cabelo derramado!” Bom, se o ditado não for exatamente assim, é quase isso. É que as pessoas não se dão conta de que a queda de cabelos, no futuro, trará um grande benefício: essas pessoas não precisarão preocupar-se com o aparecimento de cabelos brancos. Não é uma boa compensação? Careca, sim! Encanecido, não!

Não tenho razão, quando penso “Como a natureza é sábia”?


3º exemplo:

A pessoa nasce e, depois de algum tempo, surge a chamada primeira dentição. Em geral, são dentes muito fracos. Tão fracos que, ali pelos sete anos, ou pouco mais, esses dentes começam a cair e surge a segunda dentição. Agora, dentes mais fortes, quase que definitivos. Mas, para alegria dos dentistas, vão surgindo as cáries, as dores de dentes, as obturações, os tratamentos de canais, as extrações.

Cumpridas essas rotinas da segunda dentição, surge a terceira dentição. Esta é perfeita e definitiva. Não existe uma quarta dentição. Nada mais de cáries, de dores, de obturações... A única exigência é um copo com água, onde a terceira e definitiva dentição é colocada, à noite. Ou, talvez, dois copos de água. Um para a terceira dentição superior e outro para a terceira dentição inferior.

Ainda não cheguei à fase da terceira dentição. Mesmo assim, vocês não acham que tenho razão, quando penso “Como a natureza é sábia”?

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O QUE NÃO TEM REMÉDIO...


Gentas e gentos! Minha amiga Marli Borges postou uma pesquisa sobre a frase "o que não tem remédio, remediado está". A conclusão é interessantíssima e inesperada. E merece ser conhecida. Além disso, a Marli possui postagens anteriores muito boas. Visitem esse blog e façam como eu: coloquem um link para acessá-lo. A Marli é daquelas pessoas que gostam de escrever e que o fazem com muita frequência.

Ah, sim! O endereço (tem o link aí na minha relação de blogs amigos e excelentes):


http://marliborges.blogspot.com/

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11ª EXPOSIÇÃO NACIONAL DE ORQUÍDEAS, DE VINHEDO/SP

Nos próximos dias 17 e 18 de abril, no Parque Municipal Jayme Ferragut (parque da Festa da Uva), na entrada da cidade, para quem vem pela Via Anhanguera, o Clube Amigos da Orquídea ViVa, de Vinhedo/SP, com a colaboração da Prefeitura Municipal de Vinhedo e coordenação da CAOB-Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil, estará realizando a sua 11ª Exposição Nacional de Orquídeas.

Estima-se a exposição de 1.500 vasos de orquídeas, floridos, pertencentes a colecionadores de vários estados brasileiros. Serão feitas palestras sobre cultivo de orquídeas, sem necessidade de inscrição prévia.

Foram convidados alguns produtores de orquídeas para comercializarem plantas bem variadas, produzidas em laboratórios, e com preços bem acessíveis. Comerciantes de plantas coletadas em matas NÃO são convidados.

Entrada franca, com estacionamento dentro do parque.

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Estava quase encerrando quando vi que minha filha, a Lu Farias, está com postagens novas em dois blogs (links aí na relação dos blogs da família:

a) no "...EEEPA!!!", Érico Veríssimo na berlinda, http://eeepa.blogspot.com/

b) no "MEUS RABISCOS", seu auto-retrato, http://lufarias.blogspot.com/

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Abração e até à próxima postagem.

JF

sexta-feira, março 05, 2010

HOUVE RETRETA, DOMINGO!

As inaugurações das exposições de orquídeas, na cidade de Vinhedo/SP, sempre se constituíram em concorrida festa com a presença do prefeito municipal, secretários municipais, vereadores, vez ou outra algum deputado da região, além de, óbvio, a diretoria e associados, e seus familiares, do Clube Amigos da Orquídea ViVa, de Vinhedo, e de representantes da Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil, além de amigos e convidados. Embora organizada pela associação de orquidófilos, a exposição faz parte do calendário turístico do município e a Prefeitura ajuda bastante com a cessão do local e montagem física do evento.

No ano passado, com prefeito novo, novos secretários, o Cerimonial da Prefeitura decidiu que seria justo que a associação orquidófila indicasse um mestre de cerimônias para dirigir os trabalhos da inauguração. E lá fui eu, de terno e gravata, cumprir o papel. Recebi uma relação das pessoas que deveriam ser chamadas para compor a mesa de trabalhos, outra relação das pessoas que deveriam discursar, e mais um roteiro de como se desenvolveria a cerimônia.

“E se alguém não aparecer? Como faço?”

“Não se preocupe! O chefe do cerimonial estará lá e, antes da chamada, irá conferir se falta alguém ou se mais alguém deverá ser chamado.”

Cerimônia marcada para as vinte horas, todas as autoridades já no local, a cerimônia precisou atrasar meia hora para que fosse encerrado o julgamento das plantas (foram recebidas mais plantas do que estava previsto). Felizmente, a Banda Municipal atacava um dobrado atrás de outro e cobriu muito bem o tempo de espera.

Chegou o momento. Tomei meu lugar junto a um estrado, dei um solene “boa noite”, estreando o sistema de som, e comecei a cerimônia.

Peguei a lista de convidados a participarem da “mesa”, que não era uma mesa mas o alto de uma escadaria de entrada para o coreto, onde, às nossas costas, ficava acomodada a banda, e comecei a chamar, um a um, os participantes: o presidente da associação, o Prefeito Municipal, o presidente da Coordenadoria Nacional, o Secretário de Cultura e Turismo (responsável pelo local onde se realizava a exposição), o Secretário da Educação (que foi prestigiar o evento), a 1ª dama do Município, esposa do Prefeito Municipal.

Cumprida essa parte, li um breve histórico sobre a associação dos orquidófilos e a exposição de orquídeas.

Em seguida, peguei a lista dos que iriam discursar e comecei a chamar. Inicialmente, tivemos o discurso do Presidente da associação. Em seguida, chamei o Presidente da Coordenadoria Nacional. Na seqüência, de acordo com a relação fornecida pelo Cerimonial, chamei para discursar o Secretário de Cultura e Turismo. Enquanto os dois primeiros fizeram rápidas manifestações, de improviso, o Secretário trouxe um discurso transcrito em umas poucas laudas de papel e ocupou o estrado onde eu estava. O discurso foi breve e bem elaborado. Terminando, foi aplaudido e voltou ao seu lugar, deixando as folhas do discurso na estante, sobre os meus papéis. E a confusão começou. Precisei achar a lista dos oradores. Recuperada, chamei orador seguinte: o Secretário da Educação. Ele me pareceu meio surpreso com a convocação, mas fez um breve, improvisado e interessante pronunciamento. Foi aplaudido e eu me preparei para chamar o orador seguinte da lista: a primeira dama!

Opaaaa! A primeira dama? Por que ela deveria discursar, naquele momento? Foi aí que percebi que eu estava chamando os oradores pela lista errada. Aquela era a lista dos que compunham a mesa de trabalho. Rapidamente, entre os meus papéis e os papéis esquecidos do Secretário de Turismo, localizei a lista correta e vi que o próximo orador já era o Prefeito Municipal. O Secretário da Educação deve estar pensando, até hoje, por que cargas d’água precisou discursar, naquela ocasião. E mal sabe a esposa do Prefeito Municipal que quase precisou fazer um discurso de improviso.

Bem, restabelecido o protocolo, após a Banda Municipal executar o Hino Nacional, todos se dirigiram à entrada da exposição para o corte da fita simbólica e a inauguração oficial da mostra. E, logicamente, todos puderam apreciar a beleza dos quase mil e duzentos vasos floridos de orquídeas ali expostos. Em seguida, autoridades, orquidófilos e demais presentes, voltaram todos ao local inicial, para o costumeiro coquetel. Tudo pronto? Não! Todos precisaram esperar por uma segunda rodada de canapés e bebidas, pois a primeira rodada já tinha sido toda consumida pelos músicos da Banda!

Esses músicos!!...

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11ª EXPOSIÇÃO NACIONAL DE ORQUÍDEAS, DE VINHEDO/SP

Nos próximos dias 17 e 18 de abril, no Parque Municipal Jayme Ferragut (parque da Festa da Uva), na entrada da cidade, para quem vem pela Via Anhanguera, o Clube Amigos da Orquídea ViVa, de Vinhedo/SP, com a colaboração da Prefeitura Municipal de Vinhedo e coordenação da CAOB-Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil, estará realizando a sua 11ª Exposição Nacional de Orquídeas.

Estima-se a exposição de 1.500 vasos de orquídeas, floridos, pertencentes a colecionadores de vários estados brasileiros. Serão feitas palestras sobre cultivo de orquídeas, sem necessidade de inscrição prévia.

Foram convidados alguns produtores de orquídeas para comercializarem plantas bem variadas, produzidas em laboratórios, e com preços bem acessíveis. Comerciantes de plantas coletadas em matas NÃO são convidados.

Entrada franca, com estacionamento dentro do parque.

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Estarei no recinto da exposição durante todo o tempo da mostra. Espero a visita dos amigos.

Abração e até à próxima postagem.

JF



terça-feira, fevereiro 23, 2010

AS UVAS ESTÃO VERDES!

Pessoal, no tempo em que eu era criança (e bota tempo nisso!), gostava de ler as fábulas com animais: “O lobo e o cordeiro”, “O corvo e a raposa”, etc. Dia desses, lembrei-me da “A raposa e as uvas”. Estão lembrados? A raposa, faminta, chegou a um parreiral e, na falta de outra coisa, resolveu saciar a fome comendo uvas. Nem lembro mais como era a fábula. Apenas sei que, por qualquer razão, ou porque estavam muito altas, ou porque o fazendeiro lhe saiu no encalço com uma espingarda, não conseguiu comer as uvas. Para se consolar, enquanto se afastava, murmurou para si mesma: “Não faz mal! As uvas deviam estar verdes!”


Já contei, aqui no blog, que costumo ficar na internet até altas horas. E contei, recentemente, a história que assisti, da lagartixa tentando pegar uma borboletinha que estava do outro lado do vidro (A vida prega cada peça!!... – 10/11/2009).

Pois bem, as lagartixas são parte integrante do meu escritório. Aqui, elas têm proteção total, pois a Nina e eu somos defensores absolutos desses bichinhos. E de outros, também.

Dia desses... Melhor dizendo: noite dessas, uma mariposa enorme ficou se debatendo contra os vidros da janela, atraída pela luz do escritório. Óbvio que não conseguiu entrar, mas, em compensação, atraiu as atenções de uma lagartixa. Só que, desta vez, não uma das lagartixas internas. Agora foi com uma externa. Opaaaa! Perigo à vista!

O vitrô é bastante grande e, quando a lagartixa conseguia chegar mais ou menos perto, a mariposa já tinha voado e já se debatia em outro canto dos vidros. A lagartixa mudava a rota e continuava a perseguição. Gentes, isso durou quase meia hora. Nem sei como que uma das duas não caiu no chão, exausta.

De repente, a mariposa pousou, extenuada ou conformada de não conseguir entrar,com a lagartixa a pouco mais de meio metro de distância.

Quem foi que disse que animal não pensa? Está certo! Não posso afirmar, também. Porém, a lagartixa deu mostras de raciocinar e mudou de tática. Resolveu que a correria somente servia para espantar a presa. E iniciou um longo e lento processo de aproximação. Grudada ao vidro, ela levantava, bem vagarosamente, uma patinha e a colocava aproximadamente um centímetro à frente. Depois, movia outra patinha e a deslocava mais um centímetro. Depois a outra e a outra. Deslocadas, assim, as quatro patinhas, ela reiniciava a movimentação com a primeira patinha. Pata ante pata, ela levou vários minutos para se aproximar da mariposa. Para mim, o problema foi que, sendo um vitrô basculante, de espaços a espaços estão os caixilhos metálicos onde se encaixam os vidros. Assim, de cada pouco, a lagartixa ficava semi escondida à minha visão, até conseguir passar inteiramente de um vidro para outro, ultrapassando os caixilhos metálicos. Mas, nessa movimentação toda, percorreu todo o espaço de meio metro, aproximando-se da enorme mariposa. O último caixilho foi o mais interessante, pois a presa estava pousada logo acima. À medida em que a lagartixa o ultrapassava, sua cabeça e parte do corpo ficaram escondidos para mim. Até que, de repente, ela começou a aparecer no vidro de cima. Antes, um pequeno sinal esbranquiçado. Depois, esse sinal foi aumentando, bem lentamente, até aparecer toda a cabeça. E, aí, ela chegou junto à mariposa, sem que esta se mexesse. Abriu a boca e sua língua comprida chegou lá. Lógico que não conseguiria, só com isso, como ela costuma fazer com insetos bem pequenos, abocanhar um inseto tão grande.

Nessa altura, eu estava ali com um tremendo drama moral na cabeça: salvar a mariposa ou deixar a natureza seguir seu curso? Optei pelo segundo. A lagartixa deu o bote sobre o corpo da mariposa, que nem se mexeu. Alguma coisa deu errado. A lagartixa deu um segundo bote. Nada! A lagartixa deu uma parada, reconsiderou, virou para outra direção e foi-se embora.

A mariposa imensa, além de ser inabocanhável, devia estar verde.

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Continuando a falar sobre animais... Vocês gostam de urubus? Eu gosto! Acho lindo o porte, a utilidade, e o vôo dessas aves, quando elas aproveitam as correntes aéreas para planar. Nesses momentos, se vocês atentarem bem, verão que as pontinhas das suas assas curvam-se ligeiramente para cima, da mesma forma que as aletas nas pontas das asas de muitas aeronaves.

Aqui na nossa região, ainda existem muitas matas preservadas, o que facilita o desenvolvimento de muitas espécies de animais de pequeno porte, como macacos, gambás, raposas, caxinguelês (esquilos), além de muitas aves. E até animais de porte um pouco maior, como suçuaranas (onça parda) têm sido vistos, eventualmente.

Mas, voltemos aos urubus.

Com toda essa bicharada, acontece de, às vezes, algum tentar atravessar uma estrada e ser atropelado. E, na estrada entre Itatiba e Vinhedo, vi, numa das margens, um urubu morto (provavelmente por atropelamento). Dias depois, o urubu continuava no mesmo lugar. Poucos metros à frente, um grupo de urubus se detinha, no seu costumeiro trabalho, devorando um animalzinho qualquer, provavelmente outra vítima de atropelamento. Várias vezes, depois, que passei pelo local, lá permanecia o urubu morto, intacto. Foi então que fiquei cismado. Urubu não come urubu? Seria porque sabe as porcarias que eles comem? Ou simplesmente porque urubu não é antropófago?

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"ANTÍTESE

O sol da manhã brilhava intensamente enquanto me dirigia ao trabalho.
A estradinha, florida pela primavera, cheirava vida.
O frescor matinal penetrava pelas minhas narinas enquanto as rodas do carro comiam o asfalto judiado em direção à escola.
Minha cabeça era torpedeada por milhões de pensamentos, todos tristes.
Eu chorava copiosamente e meu pranto incontido contrastava com a beleza do dia que estava nascendo.
A palavra câncer ecoava insistentemente em meu cérebro.Eu ouvira-a diversas vezes nos últimos meses."

Pessoal, este é o início da atual postagem de meu amigo Toninho Melchiori, no seu blog Causos e Poesias http://causosepoesias.blogspot.com/

Existe um link direto, aí na minha relação de blogs amigos. Vale a pena ler. Um relato bem humano e um alerta.

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quarta-feira, janeiro 20, 2010

UM SAPATO NA ENXURRADA...

Dia desses, lá em Sampa, meu filho e eu saímos de seu apartamento e fomos até uma pizzaria. Sete e meia da noite, ainda claro, a chuva nos pegou no meio do caminho e nos abrigamos sob a marquise de um prédio.


Gentes, vocês já tiveram oportunidade de ficar contemplando a enxurrada passar? Pois foi o que ficamos fazendo. Vocês não imaginam como isso é útil e como ajuda a “matar” o tempo! Carregados pela água, em direção aos bueiros mais próximos, passam muitas e inusitadas coisas. Tocos de cigarros, papéis, papeizinhos, papelões, caixas de papelão se desfazendo com a chuva, latinhas de refrigerantes e de cervejas, plásticos de todos os tipos e tamanhos, inclusive as famosas pets de 2 litros, sacos de lixo (com lixo dentro), um sapato, mais latinh... Opa...Um sapato? Sozinho? E o outro pé? Muito mais coisa passou pela nossa frente, principalmente sacos de lixo com lixo dentro, sacos de lixo sem lixo dentro, lixo desacompanhado do respectivo saco de lixo... Mas o outro pé de sapato não veio.


Daí, fica-se pensando: por que, na enxurrada, passaria um pé de sapato rumo ao mais próximo bueiro? As hipóteses são muitas: um mendigo que o perdeu, alguém que, correndo da chuva, se desequilibrou e o sapato (era sapato de homem) voou longe, para o meio da enxurrada, a enxurrada teria invadido uma sapataria e arrastou um pé de sapato sem que ninguém percebesse, o sapato era a casa de liliputianos e estava ancorado em local de risco, o sapato era uma astronave de um planeta longínquo... Enfim, muitas hipóteses. Eu optei pela hipótese do Gerobaldo, como a mais plausível. Vocês não sabem quem é o Gerobaldo? Eu conto. Mas, a história é muito triste.


Gerobaldo era um rapaz que morava com a madrasta viúva, mulher impiedosa e que maltratava demais o pobre Gerobaldo. Ao contrário, para os dois filhos dela eram só carinhos, elogios, mimos, etc. Eles, verdadeiramente imprestáveis, não faziam nada o dia interinho. Gerobaldo, entretanto, era o encarregado de todos os serviços chatos e pesados da casa (a viúva não gostava de fazer trabalhos caseiros), como trocar lâmpadas, levar o cachorro para fazer necessidades na rua, varrer todo o chão, fazer as camas, lavar os pratos, etc. etc. Até enxugar o banheiro, depois que seus inúteis irmãos de criação tinham tomado seus banhos, era Gerobaldo que fazia. Coisa de louco!


Um dia, porém, Arquimedes Ourosilva, um rico banqueiro do jogo de bicho que morava lá pros lados do Morumbi, resolveu fazer uma festa para a linda filhinha que ele tinha e que ele queria que ela se casasse e parasse de reclamar dos presentes e tudo o mais que ele comprava para ela. O convite chegou à cidade toda. Todos os mancebos se entusiasmaram. E quem não se entusiasmaria de casar-se com a linda Anamaria Ourosilva e mais a rica mesada que papai lhe daria todos os meses? Sem contar que, qualquer hora, podiam “apagar” o bicheiro Arquimedes e ela, filha única, herdaria toda a sua fortuna.


Os irmãos de Gerobaldo, como todos na metrópole, se entusiasmaram. Mamãe Petúnia lhes comprou das mais lindas roupas expostas nas lojas do Bom Retiro, sapatos novos, etc. Para o Gerobaldo, coitado, nada! Mas, que esperança de casamento poderia ter aquele enjeitado que só entendia de vassouras e detergentes de lavar pratos? E, assim, o pobre coitado, lá no seu canto, apenas sonhava em ser o escolhido, pois não tinha roupas e nem imaginava onde ficava o Morumbi.


Vocês já viram uma estória parecida, não é mesmo? E até já adivinharam o andamento, não é mesmo? Pois foi assim. O Gerobaldo também tinha um fado madrinho, melhor dizendo: um fado padrinho, um camundongo chamado Perlamordogod, que, vendo o raparigo tão triste, se comoveu e lhe perguntou o que estava acontecendo. Sabendo do caso, o fado disse ao Gerobaldo que se acalmasse, pois iria à festa.


E foi assim. No dia da festa, Perlamordogod e sua varinha mágica (na verdade, um canudinho de refrigerante) fizeram milagres. Gerobaldo foi banhado, perfumado, teve o cabelo aparado, a barba ajeitada para que parecesse um presidente da república, vestido com esmero em um belíssimo “smoking”, e calçado num lindo par de sapatos “carrapeta” preto e branco. Também, não se podia esperar mais, não é? Perlamordogod não era, assim, bem informado em relação a modas masculinas. Mas, o Gerobaldo ficou, por assim dizer, “uma graça!”

Foi nessa hora que se depararam com o problema: como é que o Gerobaldo iria à festa naqueles trajes? Seria assaltado antes de chegar à primeira esquina, coitado. Porém, mago que é mesmo bom sempre tem uma solução.


No canto do quarto de Gerobaldo jazia um coco vazio (Gerobaldo o havia comprado com uma moeda de R$1,00 que encontrara, numa dessas lojas de saldos de lojas de R$1,99). Tomando do coco vazio, Perlamordogod o transformou em uma Ferrari vermelha, novinha, equipada com piloto automático (Gerobaldo não sabia dirigir). E, assim, lá se foi Gerobaldo, todo elegante, com sua Ferrari vermelha, para a festa na casa da Anamaria. Antes de sair, entretanto, Gerobaldo foi advertido pelo mago: “Antes da meia noite, saia da festa porque estou com minha carteira de habilitação vencida e a Ferrari pode voltar a ser coco.”


Nem preciso dizer que foi um sucesso, não é mesmo? Imaginem, aquele cara vestido de pingüim elegante, chegando naquela Ferrari... Todas as moças botaram seus cúpidos olhos em Gerobaldo. Anamaria, que até aquele momento não se interessara por nenhum rapaz, tremeu nas bases. De tanta emoção, até fez xixi na... Bem, vocês sabem! E foi lá falar com ele, depois de trocar a... vocês sabem:


“E aí, cara! Ta se divertindo? Vam ficá?” E ficaram! Lá, num canto escuro, Anamaria começou a iniciar Gerobaldo nos segredos do amor. E olha que ele era bom aluno!


Porém, tudo que começa bem, chega uma hora que tem que acabar. O relógio-carrilhão, lá da sala, começou a soar as badaladas da meia noite. Gerobaldo, assustado, levantou-se da cama da moça, agarrou suas coisas (roupas, sapatos), desceu as escadas do mesmo jeito em que Adão viera, sem nada, correndo em direção à Ferrari. Porém, na sua desenfreada correria e sem que percebesse, um sapato caiu no chão e lá ficou.


Anamaria, depois de recompor suas vestes, saiu atrás do rapaz, do qual ela nem sabia o nome, mas, só encontrou um coco vazio estacionado bem na frente de sua casa. Ao entrar em casa, porém, que maravilha, avistou o pé de sapato do Gerobaldo.


“Nem que eu tenha de correr São Paulo inteira, hei de encontrar esse cara!”


A mãe estava desesperada:


“Verifiquem as pratarias e cristais. Vejam se não falta nada!”


O senhor Arquimedes Ourosilva, mais prático, dizia:


“Eu não devia servir uísque vindo do Paraguai. Dá cada ressaca!”


E foi assim que, no dia seguinte, Anamaria e seu sapato... seu, não, o sapato do fugitivo, saiu pela cidade toda testando-o em tudo que era cara que lhe passasse pela frente. E chegou à casa de Gerobaldo. Nessas alturas, todas as TVs já haviam anunciado o que acontecera e todas as mães torciam para que o sapato servisse em seu filhinho. Mas, não havia jeito de encontrar. É que Gerobaldo tinha uma particularidade. Seu pé esquerdo estava no lugar do pé direito, e vice-versa. Assim, aquele pé esquerdo de sapato que deveria ser usado por alguém que tinha o seu pé esquerdo do lado direito, não servia para quem tivesse o pé esquerdo normalmente do lado esquerdo, vocês me entenderam? Não faz mal! O importante é que o sapato não servia em ninguém.


E, de rua em rua e de casa em casa, Anamaria chegou à casa da viúva Petúnia, que, imediatamente, chamou seus filhos, Caio e Levanto, para virem experimentar o famoso sapato. Diga-se, de passagem, nessas alturas o tal sapato já fedia depois de tanta gente o haver experimentado. É óbvio que não serviu em nenhum dos dois. Afinal, ambos tinham seus pés esquerdos fixados nas respectivas pernas esquerdas, e não seus pés esquerdos fixados em suas respectivas pernas direitas.


Anamaria já ia saindo quando, de repente, avistou Gerobaldo passando aspirador de pó na sala. Imediatamente, chamou-o para que experimentasse o sapato.


Madrasta Petúnia protestou:


“Não! Nesse imprestável, não! Certamente o sapato não servirá nele.” Porém, Anamaria era uma menina muito determinada e, sob protestos de Petúnia, de Caio e de Levanto, experimentou o sapato em Gerobaldo.


“Oh, serviu!”, disse ela com sua vozinha de piranha domesticada.


“Oh, serviu!”, disseram viúva Petúnia e seus filhos Caio e Levanto, já pensando em como tirariam proveito da situação.


“Vamos, querido”, disse Anamaria a Gerobaldo, “Vamos para minha casa, para nos casarmos e vivermos felizes, enquanto papai não for preso e não interromper a mesada.”


“Sim!”, disseram em coro, melosamente, Petúnia, Caio e Levanto. “Vamos para sua casa assistir ao casamento. Quem sabe lá tem uma edícula jeitosa, no fundo, e possamos morar lá, felizes, enquanto seu pai não for preso e não interromper a mesada.”


E foram todos saindo. Nessa altura, começara a chover. Anamaria parou, olhou bem para a sogra, olhou bem para os dois cunhados, olhou bem para o Gerobaldo, coçou um pouquinho a cabeça... E tomou sua decisão.


“Eu, hein!”


Jogou o sapato na sarjeta, justo no momento em que a enxurrada começava, entrou em seu carro e se mandou.


E largou todo mundo ali na chuva, se molhando: megera Petúnia, Caio, Levanto e Gerobaldo.


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Essa foi a mais lógica explicação que encontrei para aquele pé de sapato solteiro sendo carregado pela enxurrada.


Será que vocês encontram explicação melhor?

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NOVO BLOG NA BLOGOSFERA

Meu amigo Toninho Melchiori, interiorano com muitos "causos" para contar, montou seu blog. São crônicas muito interessantes. Merece ser visto. É o blog "Causos e Poesias", que já consta na minha relação de links. Vale a pena dar uma conferida. http://causosepoesias.blogspot.com/

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Abração a todos,
JF