terça-feira, agosto 21, 2012

DIVERSÃO DE PAULISTANO?


DIVERSÃO DE PAULISTANO?

Pessoal, sei que alguns dirão “é você!”. Não sou! As semelhanças são meras coincidências e a crônica é pura ficção. Juro!

Dizem que distração de paulistano, aos domingos, é lavar o automóvel. Isso é injúria de carioca que tem praia à vontade. Na verdade, nem é tanto assim. Também nos divertimos indo às pizzarias.

Ferdinando, por exemplo. Não gosta de lavar carro. Mas sempre teve uma boa desculpa para isso. Pensem bem (coloquem-se no papel dos ladrões!): se tivessem de roubar um carro, escolheriam um limpo ou um sujo? O limpo, não é mesmo? É por isso que ele não gosta de lavar automóvel. Uma questão de segurança do seu patrimônio.

Só que a Nina (Nina, neste caso, é mera coincidência de nomes relativamente à minha Nina) não pensa dessa forma:

“Trate de lavar esse carro ou eu não saio mais com você!”

Depois dessa, que é que Ferdinando poderia fazer? Em sua casa, sempre foi sua a última palavra. Vai daí que:

“Sim, senhora!” E lá foi fazer a lavagem.

Nada fácil. Uma grossa camada de terra encobria o veículo. Um passarinho havia acabado de fazer suas necessidades, o que adubou aquela terra toda. Estava tudo pronto para fazer uma horta no teto do carro. Ideal para plantar alface, couve, cebolinha, tomate, jiló... Ele só teve medo, mesmo, de que aparecesse um fiscal do CREA querendo saber quem era o agrônomo responsável.

Realmente, estava na hora de lavar o carro. É que, do jeito que estava a sujeira, se ele não fizesse a horta, logo começaria a nascer mato. E, nascendo mato, ele poderia ter problemas se cortasse. Já imaginaram um fiscal do IBAMA multando-o por derrubar “mata atlântica” em regeneração? Essa, não!

Enfim, lavou o carro.

E foi só assim que a Nina (a do Ferdinando, não a minha) concordou em sair com ele no dito cujo veículo recém asseado. E lá foram eles para o supermercado.

Na saída, eis que surge um novo problema: nenhum dos dois lembrava-se da cor original do veículo. E agora, qual é o nosso carro, no meio desse mundo de carros limpos, perguntavam um ao outro.

Voltaram para casa de taxi.

Oh, vida!!!

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Domingo passado fomos a São Paulo. Nossa filha, a Lu Farias ( http://eeepa.blogspot.com.br/ e http://lucianadesenhista.blogspot.com.br/ ), estava autografando mais um livro na 22ª Bienal do Livro de São Paulo. Que orgulho!!! Na ida, Nina e eu paramos em um “Frango Assado” para tomar um lanche. Na saída, a menina do caixa informou o total: R$ 19,20. Entreguei uma nota de R$ 20,00 e uma moeda de vinte centavos. Vocês acreditam que ela ficou atônita (eita palavrinha antiga), como se não soubesse o que fazer e acionou uma calculadora, na tela do computador. Depois de digitar, de certificar-se do quanto havia recebido, devolveu-me uma moeda de R$ 1,00.

Gentes. Sabe-se que a orientação é de que os funcionários calculem o troco em uma calculadora. Mas... Essa conta? Além do que, a menina pareceu estar totalmente em dúvida quanto ao troco. O que está acontecendo? As pessoas estão tão bitoladas que já não são capazes de fazer uma simples conta de subtração?

Aliás, temo pelas bibliotecas. Acredito que em pouco tempo todas serão transformadas em museus. Museus de Livros! Não é incrível? Quem ainda vai a uma biblioteca pesquisar, hoje em dia, se tudo já está devidamente pronto na Internet?

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Abração a todos e até à próxima.
JF



8 comentários:

Euler Eustaquio disse...

tudo verdade.nas escolas não ensinam mais a tabuada e o raciocinio destas gerações foi pro beleleu

Luma Rosa disse...

Nossa!! Seu amigo Ferdinando não devia ter carro. Ele é muito preguiçoso e arrumou uma boa desculpa para não lavar a jardineira!
Dei os parabéns para a Luciana assim que soube!! Muito orgulho, mesmo!! :=))
Ah, eu estranhei quando na lista de material escolar do meu filho pediram uma calculadora e ele não tinha aprendido a ler ainda! Agora pensam com os botões, afinal, 2 + 2 também é conta duvidosa. Tem que ser comprovada sempre! Ah, os robôs.
As bibliotecas estão às moscas! Outro dia fui na biblioteca local doar alguns livros e a bibliotecária recusou e me mostrou uma pilha enorme de livros que, por falta de funcionário, não tem quem catalogue. Achei que fosse somente aqui, mas parece que a contenção de gastos da união passou pelas bibliotecas públicas. Em contrapartida, as escolas têm recebido livros inoperantes - pilhas de livros didáticos que as escolas não usam por terem qualidade duvidosa. No ano passado, uma escola fez uma grande fogueira no pátio para chamar atenção. Não adiantou, como nenhuma manifestação popular faz acontecer qualquer coisa nesse país.
Na semana passada, a Biblioteca Nacional do Rio, onde estão preciosidades, denunciou que estão precisando de obras pois existem infiltrações para todo lado. Lastimável!
Boa semana!! Beijus,

DILERMArtins disse...

Mas bah, JF, antes de mais nada, parabéns pela filha Luciana. Fico imaginando aquele calorzinho gostoso que você deve ter sentido no peito.
Gostei do Ferdinando, também detesto lavar carros, acho que vou adotar essa estratégia de segurança. Agora a moça da lancheria, volta e meia vivo essa situação, também tenho a mania de acertar o troco... É constrangedor! Agora um recadinho para a Luma; não se assuste, calculadoras não fazem mal a meninos: Tenho um filho que aos oito/nove anos brincava com a minha calculador e aos 23 estava graduado em engenharia.

Luciana L V Farias disse...

Paiê, sei bem como é... em uma certa garagem em São Paulo, há um certo carro que há muitos anos não se sabe mais a sua cor original. Não direi de quem é...

Quanto ao ensino moderno... acredite se quiser, o último professor de Física da Ju saiu da escola porque a diretoria não queria que ele ensinasse contas, é mole?

Beijão!

Ana Carla disse...

Olha, não sei muita coisa da diversão dos paulistanos, mas eu (que sou interiorana) me diverti muito foi com seu texto! Obrigada!

maze oliver disse...

É verdade amigo, dizem que o livro no futuro será somente virtual. Tomara que não!Gosto de tocar no livro.De quando não entendo voltar e ler novamente.Dormir abraçada!Enfim adoro livros.BJS.

Claudinha ੴ disse...

Olá Ferdinando!
Opssss JFerdinando! Hahahahaha
Bem, é comum. Aqui a briga é feia. Ed pega o meu carro para ir para a roça e nunca o lava. Eu é quem ando o dia todo e convivo com a sujeira. Apelei agora para o lava lento, mais caro, aí ele começou a tomar mais cuidado e não tem ido com o meu. hahahahahaha Mando buscar o carro no trabalho e entregar, assim como entregar a continha pra ele, uai! hahahaha
Parabéns pra Lu! Queria ter ido, mas não deu, trabalhamos nos finais de semana e fica complicado (e muito cansativo) sair aos finais de semana. Dia emq ue cuido da casa.. Ô vida...
Sobre os cálculos, isso é fruto de governos passados que burlaram o ensino para aumentar as aprovações de alunos incapazes lá na base (uma das exigências para receberem dinheiro de fora). Estes alunos são hoje os jovens que começam a trabalhar e precisam de calculadora numa conta como essa... Um beijo!

Luma Rosa disse...

J.F. Vim te pedir um favor em nome da Lena. Ela tem uma orquídea mas não sabe o nome... quem sabe, você sabe?
http://enkantosdalena.blogspot.com.br/2012/08/minha-orquidia.html
Boa semana!! Beijus,