quarta-feira, março 07, 2018

CARAVANA DA ALEGRIA A BRASÍLIA

Julho de 1961. Férias escolares. Brasília inaugurada havia um ano. E lá foi a família Amélio Vannucchi conhecer a nova capital, meu pai dirigindo seu Chevrolet Bel-Air 1954. Passando por Campinas, meu tio Alídio e alguns familiares, com seu Reanult Dauphine novinho, juntou-se ao nosso grupo. Em Uberaba/MG, a caravana seria aumentada com o acréscimo da Kombi do Sílvio Mendonça e família. Meu pai nunca foi o que se possa chamar de um bom motorista e, na chegada a Uberaba, o carro apresentava uma luz vermelha no painel que ninguém sabia porque estava acesa. Mas era bem simples: falta de óleo. Quase meu pai consegue fundir o motor do carro e encerrar a viagem sem chwegar lá. Dia seguinte, logo cedo, segunda fase da viagem: Uberaba a Anápolis/GO, quase sem incidentes. O quase foi porque o elevador do hotel (único elevador da cidade, naquela época) chacoalhava tanto para os lados que parecia estar apenas pendurado pelo cabo de aço. E, terceiro dia, chegada a Brasília. O bando desvairado rodando por tudo que era lado, ainda muita coisa por ser terminada, fomos dar no prédio da Câmara dos Deputados. Bom, não tinha ninguém na porta cobrando ingresso ou barrando a entrada e nós "fomos nos chegando”. Até dar de cara com o plenário absolutamente vazio, onde nos espalhamos. Um dos filhos do Sílvio sentou-se na cadeira do presidente e a irmã preparava-se para tirar a foto quando entrou alguém: o deputado mineiro José Bonifácio Lafayette de Andrada. O deputado não gostou nada do que viu e, de imediato, determinou que a foto não fosse feita. E, aí, quis saber o que todo mundo estava fazendo lá dentro. Explicações dadas, ele viu que não se tratava de nenhum grupo perigoso, mas apenas um bando de turistas extasiados com a nova cidade e perdido dentro do Congresso. A partir daí, com toda simpatia e boa vontade característica do povo mineiro, o deputado Zezinho Andrada, anos depois eleito presidente da Câmara dos Deputados, passou a fazer o papel de nosso guia e nos levou a conhecer todo o prédio da Câmara. Uma beleza! 

A foto, na qual não apareço por ser o fotógrafo, foi feita na então iniciada Catedral de Brasília, que só seria inaugurada em 1967. No lado esquerdo, na ponta, minha irmã Maria José, poucos dias antes de completar 13 anos, e ao seu lado tia Maria, esposa do tio Alídio (que não está na foto – acho que foi procurar um banheiro, sei lá!) e uma irmã de tia Maria. Na ponta do lado direito, minha mãe Amélia. Da direita para a esquerda, a terceira é minha irmã Maria Amélia, com 17 anos. De camisa e óculos escuros o Sr. Sílvio. Ao lado dele, meu pai Amélio. No fundo, o mais alto, o filho do Sr. Sílvio que teve o gostinho de sentar na cadeira do presidente da Câmara. Foi só dessa vez, pois ele resolveu não se dedicar à carreira política.

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E foi assim! Abração a todos e até à próxima.
JF

domingo, fevereiro 25, 2018

O MONUMENTAL VEXAME

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Era o final de ano de 1949 ou 1950. A rua era a 21 de Abril, bairro do Brás, São Paulo em época que as crianças podiam brincar na rua. Era a rua onde morávamos. E lá estava eu dando minhas primeiras pedaladas na bicicleta novinha, sem nenhum adulto ao lado para me segurar, e veio o tombo. Pois não é que tinha um adulto já devidamente posicionado (no caso, meu próprio pai), com sua máquina fotográfica Kodak modelo “caixão”, pronto para fazer o instantâneo flagrante e me colocar no campo do ridículo perante as futuras gerações? Fui motivo de muita gozação de parte dos meus filhos. Hoje, são as netas que olham a foto e nem se preocupam em disfarçar. Riem na minha cara, mesmo! Um dia, lá no século 22, sei que meus tetra ou penta-netos irão olhar a foto, acharão muito engraçado e irão rir muito do

 tombo do penta-avô Zeca. Se é que, daqui a cem anos as pessoas saberão o que é (ou o que era) uma bicicleta. Talvez até pensem, vendo a foto, que se trata de algum instrumento musical antigo, ou um liquidificador, ou uma máquina de tortura, ou sei lá o quê. É por isso que os pais devem tomar muito cuidado com as fotos dos filhos. Onde já se viu fotografar tamanho  desastre? Eu nunca me esqueci desse fato, sem necessidade de uma foto para me manter conscientizado. E sei que, para sempre, terei presente na cabeça a famosa frase “o primeiro tombo de bicicleta a gente nunca esquece”. Que vexame!                                                                                                                                                                                                           -      x      -      x      -      x      -      x      -                                                                                                                               É isso aí, amigos.                                                                                                                                                                             Grande abraço a todos e até à próxima                                       JF